The IFMA Times
Os riscos de investir em criptomoedas
Ausência de um comando centralizado
O Brasil — e alguns outros países — ainda não propôs nenhum tipo de regulamentação aos investimentos do bitcoin. Muito dessa postura acontece por conta de uma certa informalidade transmitida pela maneira como os investimentos das criptomoedas são conduzidos, especialmente sob a ideia de que ela está simplesmente criando uma bolha de especulações. Essa não identificação de relevância por conta das autoridades acarreta na ausência de regulamentação, o que deixa o ambiente pouco seguro, com a moeda não se desenvolvendo e aumentando os riscos de se investir em bitcoin. Ainda que à primeira vista tudo funcione bem, em determinadas situações pode ser arriscado não ter ninguém regulamentando esse tipo de atividade.
Risco de Volatilidade e Cálculo de Preço Justo dos Ativos Digitais
Desde a emergência deste mercado, em maior ou menor grau, os preços dos Ativos Digitais vêm se comportando de maneira altamente volátil. O valor dos Ativos Digitais mantidos em carteira pode sofrer variações abruptas em ambos os sentidos até mesmo com ativos atingindo preço igual a zero, o que eventualmente pode provocar quedas significativas no valor da cota do FUNDO. Parcela significativa da demanda por Ativos Digitais hoje em dia é gerada por especuladores que buscam lucrar com a manutenção em carteira do ativo por um prazo relativamente curto de tempo. Esse comportamento contribui para que o nível de volatilidade nos preços dos Ativos Digitais se mantenha elevado. Ainda, o mercado de Ativos Digitais ainda não conta com um modelo consensual e internacionalmente reconhecido para o cálculo do preço justo de tais ativos, de forma que o FUNDO se utiliza dos índices de preços elaborados por terceiros independentes que considera mais reconhecidos globalmente para apuração do valor justo dos ativos de sua titularidade. Todos os índices utilizados pelo FUNDO para apuração do preço justo dos Ativos Digitais por ele negociados são calculados com base em efetivos negócios realizados pelos investidores de tais Ativos Digitais e possuem periodicidade de atualização compatível com as necessidades de precificação dos ativos integrantes da carteira do FUNDO para fins de liquidez.
Mudanças drásticas
O universo de bitcoin tem suas próprias características, o que inclui questões como o número de moedas disponíveis para negociação no mercado, além de outras questões importantes. Sem uma instituição regulamentadora, essas informações e definições sobre a moeda estão passíveis de mudanças a qualquer momento. Um acontecimento recente funciona como um bom exemplo desse tipo de risco. Há uma limitação de 21 milhões de moedas no mundo. É justamente esse número que faz com que a oferta seja menor que a procura, ou seja, possibilita essa grande valorização do bitcoin. A questão é que foi sugerido o aumento desse número, para distribuir melhor as moedas e diminuir a concentração de montantes, o que causou insatisfação de quem possui bitcoins.
Possibilidades de ataques
O bitcoin é protegido por um sistema que tem se mostrado eficiente, o blockchain. Até então, jamais foram registrados nenhum tipo de ataque bem-sucedido ao sistema em si, o que afetaria milhões de usuários. Mas, como sabemos, hackers são tão capacitados quanto aqueles que desenvolvem os sistemas de proteção. E se um dia um ataque do tipo fosse efetivo? A questão é que, sem uma instituição que regulamente e controle o bitcoin, os usuários que perdessem suas cotas da criptomoeda em caso de algum ataque hacker ficariam sem suporte. É justamente essa incerteza que age contra o bitcoin. Além disso, há também as carteiras digitais, que é onde as moedas são armazenadas. Essas sim já sofreram ataques, o que estimula o uso de carteiras offline.
Intervenção do governo chinês
A China é um país conhecido por suas restrições amplas, diferentes de nossa cultura. Entre essas restrições está a internet. O país dispõe de um firewall poderoso, que controla o acesso a diversos recursos da rede mundial de computadores. A principal relação do país com o bitcoin atualmente são os mineradores, ou seja, os responsáveis por registrar transações da moeda. Esses elementos fundamentais para o funcionamento da rede da moeda estão concentrados em grande parte da China, compreendendo 50% dos mineradores de bitcoin no mundo. E se, repentinamente, o governo do país resolvesse intervir nas atividades dessas pessoas? Esse é um dos riscos reais de se investir em bitcoins e que poderia causar transtornos, em proporções gigantescas, a todos os investidores da moeda.
Surgimento de novas moedas
Nem todo mundo sabe, mas bitcoin é uma nomenclatura específica para um tipo de criptomoeda. Assim como no mercado de ações, podem surgir a todo momento uma série de outras moedas, o que acontece simplesmente do nada, sem nenhum tipo de lastro. Do mesmo modo que surgem, podem desaparecer. Imagine a situação de investir milhares de reais no bitcoin e ela cair em desuso daqui a alguns anos? As novas moedas surgem frequentemente, com potenciais aparentemente elevados, portanto, assim como o bitcoin, seguem dentro desse perfil especulativo, não trazendo nada de novo. Além disso, outras criptomoedas podem interferir também no valor, o que faz com que os riscos de se investir em bitcoin sejam ainda maiores.